Empatia e a Chave para a Felicidade
Mensalmente, quando recebo o relatório estatístico de acesso ao site da Gratitude, a palavra que mais gera engajamento e procura é EMPATIA.
Empresas interessadas em workshops, dinâmicas, palestras que sensibilizem e incentivem as pessoas a construírem um novo tipo de relacionamento impactado negativamente, na maioria das vezes, pelo mundo V.U.C.A., B.A.N.I…. D.O.I.D.O.
Recentemente, Robert Waldinger, professor de psiquiatria na Universidade de Harvard, quarto diretor no mais longo estudo científico sobre a felicidade da história: O Estudo sobre o Desenvolvimento Adulto, explicou porque a qualidade dos nossos relacionamentos é o principal indicador de nossa felicidade e saúde à medida que envelhecemos.
“Nunca é tarde para energizar as relações ou construir novas conexões.”, diz Waldinger.
Na Gratitude gostamos muito de associar a palavra “Empatia” ao conceito de “Curiosidade Genuína” e, na visão de Waldinger, para cuidar dos relacionamentos é necessário manter uma “curiosidade radical” pelo outro.
Empatia é um processo, diário e contínuo que envolve diversas práticas e outros conceitos. Vou citar alguns e você pode se autoavaliar sobre o quão preparado/preparada está para desenvolver conexões empáticas:
SENTIMENTOS e NECESSIDADES: “Oi, tudo bem com você?” Se você responde com: “Tudo bem, e você?”, é muito provável que você não explore seu vocabulário emocional (não sabe diferenciar tristeza de frustração, por exemplo) ou não está preparado para trazer à tona a sua vulnerabilidade.
Problema de não saber expressar com clareza nossos sentimentos é que não conseguiremos atrelar as necessidades subjacentes à eles.
“Por que estou frustrado?”
“Porque minha necessidade de reconhecimento não está satisfeita.”, por exemplo.
Expressar como se sente e o que precisa para ser mais feliz é a base para uma conexão empática. A Comunicação Não-Violenta pode ajudar neste processo.
AUTOEMPATIA: ser curioso sobre o que acontece dentro de mim e ter a capacidade de identificar e acolher seus sentimentos. Fala também sobre o tempo dedicado consciente para uma autopercepção e questionamentos sobre como sou afetado pelo outro, pelas coisas ou pela forma como interpreto o mundo.
“If you don’t love yourself, how in the hell you gonna love somebody else?” – Rupaul
AUTOGESTÃO: após um processo efetivo de Autoempatia, quais são as opções e estratégias não exploradas para gerenciar melhor meu processo Mente-Corpo-Coração? Que caminhos eu posso experimentar para gerar aprendizado e reverter processos que não estão me fazendo bem? Ser líder de si envolve entender meus motivadores e sabotadores internos. O quanto você sabe sobre esses processos internos?
VULNERABILIDADE E AUTENTICIDADE: não me expor tem a ver com aquilo que eu mais temo. O que mantém você “dentro do armário” (no sentido mais amplo da expressão)? O que queremos preservar embaixo de uma ou várias armaduras? Quais são os meus maiores medos que me fazem assumir papéis que não correspondem à minha melhor versão: Eu Mesmo?
O quanto eu, num papel de líder, impacto diretamente na vulnerabilidade dos meus liderados? O que eu incentivo no meu dia a dia? Segurança ou medo? Reconhecimento ou Punição? O quanto eu, líder, me vulnerabilizo para me conectar autenticamente com as pessoas, incentivando-as a se libertarem daquilo que elas não são?
FORÇAS E VIRTUDES: o quanto eu sei sobre o que eu já tenho de recursos? Quais são os valores ou necessidades que eu não abro mão e que norteiam minhas ações e que as tornam congruentes? O quanto eu identifico as forças e virtudes das pessoas ao meu redor e as incentivo a colocar em prática? O quanto saber tudo isso, sobre mim e sobre o outro, impacta nas nossas relações?
DIVERSIDADE E INCLUSÃO: Qual um dos maiores desafios nas empresas hoje? Reconhecer nossas diferenças (em todos os campos possíveis) e buscarmos algum espaço em comum que nos conecte. Eliminar rótulos humanizando as pessoas, demonstrar curiosidade sobre para onde o olhar do outro se direciona, que é diferente do meu, questionar as nossas verdades absolutas, dando espaço para pelo menos 1% de verdade naquilo que o diverso e diferente trazem para este espaço de confiança e de diálogo. Aqui a curiosidade radical de Waldinger faz muito sentido. Me relacionar com quem eu
RECONHECIMENTO E GRATIDÃO: quando me perguntam nas empresas por onde começar, após entenderem a grandiosidade da Empatia, geralmente eu respondo:
Comece pelas coisas mais simples! Seja curioso, repare nas pessoas, elogie um comportamento, um corte de cabelo, pergunte sobre o final de semana do colega, sobre os filhos do amigo. Tire a cara do computador ou do celular, observe o ambiente, mostre-se disponível.
Reconhecimento e gratidão são peças fundamentais para a Empatia, atendem necessidades básicas de aceitação e pertencimento, entre outras tantas.
Fácil ou Fácil? Complexo, mas nada impossível!
Ser fitness no assunto é exercitar o músculo da Empatia sempre que possível, em todas as oportunidades que tivermos.
Leia, faça a sua reflexão e veja em que campo você pode fazer algo diferente que vai girar a sua chave da felicidade.