Mais uma trilha para conta…
O convite feito pela Kátia, que conheci no Ano Novo em um retiro deste ano, 2023/ 2024, foi fazer uma trilha noturna.
Kátia tem uma sensibilidade e acolhimento ímpar. Uma amiga que ganhei no retiro, também confirmou sua presença e, neste momento atual de vida, acreditei ser fundamental ir nessa trilha para abrir meus caminhos e me conectar no lugar que me sinto mais presente.
A trilha desperta em mim a intuição, a sensibilidade, me faz ficar atenta às escolhas, presença, conexão, poder, curiosidade, exploração e me renova em todos os sentidos.
Neste caminhar à noite, a intuição fica mais aflorada. À noite a vida te convida a utilizar todos os sentidos. E a caminhada noturna trouxe um lugar de parceria maior entre as pessoas. Aquela pessoa da frente que se preocupa com as pessoas da frente e de trás. E assim segue durante toda a fila e todo percurso. É preciso pedir ajuda quando necessário, e uma grande reflexão trazendo para o dia a dia: você sabe pedir ajuda?? Eu confesso que ainda estou aprendendo.
Durante a trilha eu escutei que o mais importante são as amizades que você faz no caminho, e traduzindo para a vida é bem isso. É um lugar de cuidado, de atenção e principalmente de presença.
Na trilha o celular serve para tirar foto. E isso é tão incrível porque deixa as pessoas mais presentes, mais conectadas com a natureza. Nos faz ver que o que importa é quem está com você naquela hora.
Clarissa Pinkola Estés diz: “A mulher selvagem como arquétipo é uma força inimitável e inefável que traz para a humanidade um abundante repertório das ideias, imagens e particularidades. O arquétipo existe por toda parte e, no entanto, não é visível no sentido comum da palavra. O que pode ser visto dele no escuro não é visível à luz do dia.”
Foi assim que me senti, um lugar indescritível à luz do dia, onde toda potência aparece e o medo desaparece.
Outra experiência de decisões na trilha foi um caminho que o guia nos deu para escolher: um caminho mais difícil ou um caminho mais seguro, mas ele não disse que esse caminho seria o mais desafiador. E claro que foi esse que escolhemos e com isso nos aventuramos entre pedras e cordas, e muitas vezes isso acontece no nosso dia a dia: escolhemos os caminhos e não sabemos com o que iremos nos deparar.
Um pouco antes de chegar no topo um dos guias nos levou para um caminho desconhecido. Intui que não era um caminho de trilha, mas entramos mesmo assim, e não era mesmo; ficamos uns 20 minutos perdidos e o melhor disso foi nos divertir e entender que isso também faz parte. Se você não sabe para onde ir a trilha te leva para qualquer lugar, mas as árvores e seus galhos nos mostravam que não era por ali o caminho. Voltamos e começamos de novo e encontramos o restante do grupo, que nos esperava na pedra do cume. Muitas vezes é preciso recalcular a rota e ficar atento para não se prender em um único caminho.
Chegar ao cume é um lugar de paz, de alegria, de desafio concluído, de conexão com DEUS e principalmente de agradecer. Agradecer a vida, a minha família, meus amigos, minha rede de apoio, minhas atitudes, minha busca pelo autoconhecimento e autocuidado e todas as pessoas que diariamente cruzam o meu caminho me ensinando tanto.
2023 foi um dos anos mais desafiantes para mim. Adoeci, separei, fiz 4 mudanças em 1 ano e meio, entendi que não preciso segurar a onda sozinha, que a vida pode ser mais leve todos os dias, que a minha rede de apoio é muito linda, forte e potente, que tenho os melhores pais e irmão que a vida me deu de presente. Que reconectar com minha essência me fez encontrar meu caminho de novo. Que a vida tem seus mistérios e grandes oportunidades e a presença me fez entender que o fluxo da vida tem um grande sentido, porém é preciso se entregar e confiar.
Voltei para casa preenchida de energia, histórias, novos amigos e conectada com a vida, com a Minha VIDA.
Agradeço cada um que continua vibrando e acreditando em mim.