Você tem uma comunicação assertiva?
“Sim, sou bem assertivo quando preciso me comunicar ou pedir algo. Sou objetivo, vou direto ao assunto.”
Outras ficarão em dúvida: “Às vezes tenho dificuldade em sintetizar o que preciso comunicar e acabo contando uma história sem pé nem cabeça.”
Nem um, nem outra estão falando de assertividade!
Assertividade refere-se à certeza de estar num ambiente onde a comunicação pode ser autêntica, onde há espaço para vulnerabilidades, para expressão de sentimentos e necessidades, sem medo de julgamentos e punições. Aquilo que você comunica importa!
No fluxo de comunicação assertiva há espaço também para o “não”: não posso, não estou disponível, não tenho capacidade para, não vou conseguir, não quero.
Vamos refletir juntos? Acompanhe o Fluxograma abaixo, numa situação hipotética do dia a dia:
Maria precisa da ajuda de João, portanto Maria tem uma necessidade (1) a ser satisfeita.
Maria faz um pedido (2) à João.
João recebe o pedido, checa suas necessidades (3) prioritárias (apesar que nem sempre faz essa checagem) e tem duas possibilidades de resposta:
SIM
João aceita o pedido (4) e, na expectativa de Maria, torna-se responsável e comprometido na realização do que precisa ser feito.
Se ele cumpre com o combinado, a conexão entre os dois fica mais forte e ela sabe que pode contar com João porque o associa à confiança e segurança (5).
Se ele não cumprir com o combinado, haverá algum tipo de ressentimento na relação, pela expectativa frustrada que Maria tinha sobre João, possivelmente rotulando-o como irresponsável, não confiável, etc. Neste ponto há grande chance de algum tipo de conflito ou colisão (6) serem gerados.
O ideal nesse caso, seria Maria mudar sua estratégia em relação à João, formulando pedidos mais claros ou checando a real possibilidade e capacidade de João em ajudá-la.
João, por sua vez, pode melhorar sua capacidade de análise e avaliar se realmente atenderá ao compromisso firmado.
NÃO
João diz que não pode ajudar Maria porque não tem outras urgências para resolver naquele dia, ficando impossível atender seu desejo.
Se Maria ficar ressentida com a negativa de João, ela interpretou como um “NÃO PESSOAL” (7), direcionado à sua pessoa. Nesse caso, Maria se coloca suas necessidades em nível de importância maior do que as necessidades de João e não entende porque ele não pode abrir mão das suas necessidades por ela.
Em CNV, podemos dizer que Maria não fez um pedido à João, ela fez uma EXIGÊNCIA (8), o que também pode levar à um contexto de colisões, conflitos e tretas diversas.
Se Maria usar sua comunicação assertiva e entender que a negativa de João pode ser um “NÃO TEMPORÁRIO”(9), ou seja, ela entende que naquele momento ele não pode, mas será que há uma outra possibilidade? Conseguimos reformular algo no pedido para viabilizar ou negociar um meio termo? Se ela leva em consideração as condições de João, a possibilidade de resolução da questão aumenta consideravelmente.
E mesmo que não haja essa possibilidade por parte de João, Maria não o culpará, mas procurará uma outra solução, buscará outras estratégias para satisfazer suas necessidades (10).
Olhando para o fluxograma, como você enxerga a sua postura diante de pedidos, negativas e possibilidades de explorar estratégias?
Baseado nos seus padrões de hoje, sua comunicação tende a gerar relações de confiança e segurança ou muitas vezes se vê envolvido em algum tipo de conflito ou incômodo nas relações?
4 dicas para melhorar sua Assertividade
1-) Tenha clareza sobre aquilo que você precisa e é importante para você e saiba como expressar isso da maneira mais precisa;
2-) Abra espaço no diálogo para que o outro também expresse suas necessidades latentes e ambos possam avaliar prioridades, urgências e buscar uma solução, melhor ainda se for de ganha-ganha para os envolvidos;
3-) Assuma a responsabilidade na satisfação de suas necessidades, não coloque 100% de expectativa na possibilidade do outro em atendê-lo;
4-) Desenvolva a capacidade de explorar diferentes estratégias de satisfação necessidades ou solução de problemas. Seja protagonista, sempre!
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Obrigado!