Pode ficar com seu martelo, seu imbecil!
Um homem queria pendurar um quadro. O prego ele já tinha, só faltava o martelo. O vizinho possuía um, e o nosso homem resolveu ir até lá pedi-lo emprestado.
Mas, ficou em dúvida: “E se o vizinho não quiser me emprestar o martelo? Ontem ele me cumprimentou meio secamente. Talvez estivesse com pressa. Mas isso devia ser só uma desculpa. Ele deve ter alguma coisa contra mim. Mas por quê? Eu não fiz nada! Ele deve estar imaginando coisas. Se alguém quisesse emprestar alguma ferramenta minha eu emprestaria imediatamente. Por que ele não quer me emprestar o martelo? Como é que alguém pode recusar um simples favor desses a um semelhante? Gente dessa laia só complica a nossa vida. Na certa, ele imagina que eu dependo dele só porque ele tem um martelo. Mas, agora chega!”
E correu até o apartamento do vizinho, tocou a campainha, o vizinho abriu a porta. Mas antes que pudesse dizer “Bom Dia”, o homem berrou:
“Pode ficar com o seu martelo, seu imbecil!” – Do livro “Sempre Pode Piorar ou A Arte de Ser (In)Feliz (Watzlawick P.)
Esta história nos foi contada por uma participante do último encontro dos Quadrados de Conversa, abordando o Ciclo de Aprendizagem na Comunicação Consciente no Ambiente de Trabalho, trilha de conhecimento com 6 tópicos de estudos e práticas, do portfólio da Gratitude.
E o que aprendemos com ela?
1- Em inúmeras vezes “o conflito fica pelo não dito”;
2- Num processo inconsciente de comunicação somos levados facilmente à reatividade, ao instinto de defesa e culpabilização do outro;
3- Enquanto estivermos sujeitos ao julgamento e interpretação, aumenta a probabilidade de incorrermos em situações de desconexão e incompreensão;
4- A formação da “imagem de inimigo” pode ser uma estratégia não eficiente para justificar nossa falta de habilidade em nos comunicarmos;
5- Se eu não tomo iniciativa para entender o que está por trás dos sinais de comunicação (verbais ou não verbais) dos outros, possivelmente continuaremos o jogo da adivinhação e do achismo: acho que, penso que, parece que, dá a impressão de que, pode ser que, tenho quase certeza. O que nos leva a vivenciar mais sentimentos de raiva, culpa e até vergonha.
6- O monitoramento dos diálogos internos é ponto inicial para o entendimento dos nossos padrões de comunicação;
7- Muitas vezes a violência na comunicação é interna, solitária, não verbalizada e em alguns casos acaba somatizando de diversas formas em nosso corpo;
8- Conscientemente posso gerar um ciclo de aprendizado em comunicação através de processos auto empáticos (eu-comigo), empáticos (eu-contigo) e monitorando os gatilhos e situações que me levam à reatividade, temas de nossos primeiros 2 encontros da trilha de Comunicação Consciente no Trabalho.
E pra você, o que ficou de insight ou aprendizado sobre essa história? Queremos aprender com você, compartilhe com a gente!
Gratitude pela leitura.