Lidar com conversas difíceis é um desafio comum no dia a dia.
Muitos de nós já nos pegamos adiando um diálogo importante, temendo reações, mágoas ou até confrontos. Mas a boa notícia é que podemos nos preparar para esses momentos. Neste texto, vamos explorar dicas do livro Conversas Difíceis, de Douglas Stone, como a Comunicação Não-Violenta (CNV) pode ajudar a ter diálogos mais conscientes e os motivos pelos quais, muitas vezes, evitamos essas conversas.
Como o livro Conversas Difíceis pode nos ajudar a enfrentar esses diálogos?
No livro, Douglas Stone descreve três camadas de diálogo que estão presentes em qualquer conversa difícil e sugere abordá-las com clareza. São elas:
- Diálogo dos fatos: trata do que aconteceu ou está acontecendo.
- Diálogo dos sentimentos: aborda as emoções envolvidas na situação.
- Diálogo da identidade: lida com questões mais profundas, como a nossa autopercepção e crenças.
Ao mudar a forma como enxergamos o diálogo e nos abrirmos para aprender, aumentamos a chance de sermos ouvidos e reduzimos a probabilidade de reações defensivas. Essa mudança de perspectiva pode transformar a conversa em algo positivo e construtivo.
Comunicação Não-Violenta promovendo diálogos conscientes
Para aplicar a CNV em conversas difíceis, quatro passos são fundamentais: observar os fatos de maneira neutra, expressar sentimentos com honestidade, identificar necessidades e fazer pedidos claros e realizáveis. Isso significa focar nas suas próprias necessidades e no impacto das ações do outro, sem acusações que possam desencadear defensividade.
Por exemplo, em vez de dizer “Você nunca me escuta”, uma abordagem com CNV seria: “Notei que em algumas reuniões você continua falando enquanto tento expressar minhas ideias. Sinto-me frustrado porque é importante para mim termos um diálogo equilibrado. Podemos pensar em uma forma de melhorar essa dinâmica?”.
Sabotadores internos: por que evitamos conversas difíceis?
Ainda assim, pode haver obstáculos internos que nos impedem de ter conversas difíceis. Segundo Shirzad Chamine, autor de Inteligência Positiva, todos temos sabotadores mentais que nos levam a evitar situações desconfortáveis. Esses sabotadores atuam como mecanismos de defesa, tentando nos proteger de frustrações, dores ou conflitos, mas acabam nos privando de resolver problemas importantes.
Veja alguns sabotadores comuns que podem nos levar evitar conversas difíceis:
- Prestativo: para preservar as relações, você cede, mesmo quando o diálogo é necessário para resolver questões.
- Esquivo: prefere ignorar problemas e adiar conversas difíceis, fugindo do confronto.
- Perfeccionista: evita diálogos que podem expor falhas, tentando proteger sua própria imagem.
Reconhecer esses sabotadores é o primeiro passo para neutralizar sua influência.
Concluindo, enfrentar conversas difíceis exige coragem, prática e uma boa dose de empatia. Costumamos dizer na Gratitude que “Não existe conversa difícil, existe conversa mal planejada.” e com essas dicas e outras estratégias podemos criar diálogos mais conscientes, seguros e produtivos, beneficiando nossos relacionamentos tanto no trabalho quanto na vida pessoal.