Mergulhar na carreira através dos setênios foi uma proposta que fizemos no “Quadrados de Conversa”, com o objetivo de segmentar nossa carreira e poder olhar para nossa biografia de vida.
Rudolf Steiner foi muito sábio em segmentar os 7 anos como ciclos através da Antroposofia, uma filosofia que explora a sabedoria do homem e está a nossa disposição, como também nos convida a usar nossa própria história como fonte de referência para criar uma vida com mais significado.
Os setênios são as chamadas transformações que vivemos a cada 7 anos; passamos por setênios e cada um reflete uma fase da vida que merece ser olhada com amorosidade e generosidade.
Trazendo a realidade para a carreira vejamos o que é importante refletir diante de cada ciclo:
- 21 aos 28 – momento de construir a nossa base profissional, preparar o terreno para uma construção de uma carreira. Nesta fase estamos prontos para receber as experiências.
Como eu vivencio o mundo:
- Escolhi a profissão certa?
- Tive a oportunidade de conhecer várias situações de trabalho, fazer várias experiências profissionais?
- Tive um bom chefe?
- Que papéis eu assumi? Quais me pesaram mais?
- Consegui colocar meus ideais em prática?
- Quais talentos e aptidões eu deixei para trás?
- Como escolhi meu parceiro?
- Consegui uma boa relação com o mundo, com a organização de trabalho, com a família e comigo mesmo?
- 28 aos 35 – nesta fase começamos a colocar os fundamentos em prática e iniciamos a fase de erguer as paredes. Neste momento a base já está pronta; importante ir consolidando e realizando as trocas com o mundo externo, trocas de experiências, relacionamentos.
Razão e coração são integrados – como o mundo está organizado e como eu organizo a mim mesmo.
- Qual caminho devo seguir? Será que estou no caminho certo?
- Minha individualidade pôde desenvolver-se bem? Pôde expressar-se?
- Eu me senti oprimido ou oprimi alguém?
- Encontrei meu local de atuação?
- Senti-me valorizado? Em que senti minha valorização?
- Quais os encontros marcantes que tive entre 30 e 33 anos de idade?
- Ocorreu alguma modificação importante em minha vida nessa fase?
- Que habilidades organizacionais desenvolvi na época?
- 35 aos 42 – aqui já estamos na fase de colocar o teto na casa. Aproveitamos a experiência adquirida e estamos prontos para usar no mundo.
O que eu sou realmente:
- Acrescentaram-se novos valores à minha vida?
- Consegui promover transformações em minha vida em função desses novos valores?
- Senti uma modificação essencial por volta dos 37 anos?
- Estou encontrando minha missão de vida? Estou a caminho dela?
- Encontrei e acreditei minha questão básica de vida?
- Como os outros me veem? Como vejo a mim mesmo?
- Que ilusões sobre mim mesmo tive de desmantelar?
- Como eram minhas habilidades sociais na época?
- 42 aos 49 –Nesta fase estamos prontos para ter uma nova visão, descobrir ou fortalecer algumas habilidades e talentos. Ainda existe muita vida e força de realização para acrescentar coisas novas ao trabalho ou no âmbito familiar. Geralmente as pessoas buscam o caminho da espiritualidade nesta fase.
O que começa aos 40? – um novo relacionamento? Volta a adolescência?
- Estou desenvolvendo alguma criatividade nova? Em que área?
- Estou procurando um novo hobby para esta fase?
- O que eu deixei para trás em aptidões, potenciais e talentos que agora posso e quero resgatar?
- Em meu trabalho estou preocupado com os sucessores?
- Tenho conseguido doar meus frutos maduros? A quem?
- Como está meu casamento? Meu relacionamento? A relação com meus filhos?
- Desenvolvi atividades em que haja empregado habilidades conceituais?
- 49 aos 56 anos – essa fase é conhecida como a fase da sabedoria. Permite uma harmonia interna cada vez maior desde que consiga um equilíbrio entre as solicitações da vida externa e da vida interna. É uma fase de maior troca, respiratória entre o mundo e si mesmo. E a grande sabedoria aqui é encontrar um novo ritmo de vida.
Será que eu tenho condições de atender a essas solicitações, ou elas vão exigir demais de mim?
- Consegui encontrar um novo ritmo de vida?
- Como está meu ritmo anual, mensal, semanal e diário?
- Quais são os galhos secos de minha árvore, os quais tenho de cortar para que novos brotos possam aparecer?
- 56 aos 63 anos – essa fase é de mais introspecção; fisicamente as forças se retiram dos órgãos, dos sentidos e do cérebro. A visão e a audição se tornam mais fracas, a memória também. Essa fase é chamada de mística. Toda a espiritualidade do eu está no corpo que começa a irradiar a luz espiritual. Ao mergulhar em si a pessoa irá explorar a sua criatividade.
Na carreira é um momento que deixamos o trono para outra pessoa, ficando de retaguarda.
Fase ideal para fazer uma retrospectiva da vida.
Qual será a nova tônica para este setênio? O que conseguiu realizar? O que gostaria ainda de desenvolver?
- Como eu vejo minha biografia em sua totalidade?
- O que eu consegui realizar? Há ainda tarefas que eu gostaria de contemplar ou a outras a realizar?
- Como eu lido com meus empecilhos físicos ou doenças?
- Como estou cuidando do corpo, da memória, dos órgãos, dos sentidos?
- Existem relacionamentos que não foram absorvidos onde tenham ficado questões em aberto?
- Como está a questão dos meus bens?
- Como está a questão de aposentadoria?
- Tenho momentos de graça, sentimento de gratidão e alegria? Sou capaz de perdoar?
Que estas perguntas possam possibilitar a você um olhar mais claro e consciente sobre a sua biografia e carreira! E que você possa fazer sempre as melhores escolhas para você.
Este material foi desenvolvido baseado no livro: Tomar a vida nas próprias mãos. Autor: Gudrun Burkhard.
Edição(sexta edição – 2016) – Editora (Antroposófica).