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Feedback Construtivo: A Arte de Dar e Receber Feedback para o Crescimento Profissional

Dar e receber feedback é uma das habilidades mais poderosas e, ao mesmo tempo, uma das mais desafiadoras no ambiente de trabalho.
Em muitas organizações, o termo “feedback” ainda causa desconforto, medo ou resistência. Ele é frequentemente associado à crítica, à punição ou à avaliação formal. O feedback não é sobre apontar erros. É sobre crescimento, diálogo e desenvolvimento mútuo.

No episódio “Feedback Construtivo: A Arte de Dar e Receber Feedback para o Crescimento Profissional”, do podcast Quadrados de Conversa, André Freitas e Gomér Gonzaga exploram como transformar o feedback em uma ferramenta de aliança e confiança, e não de confronto.

Feedback é espelho — não sentença

Como destacou André Freitas, o feedback é como um espelho. Ele nos mostra o que está funcionando e o que precisa ser ajustado.
O problema é que muitas pessoas olham para esse espelho com medo e não com curiosidade.

Gomér Gonzaga reforça que a chave está no “construtivo”:

“Não se trata de apontar o dedo, mas de oferecer uma perspectiva externa, baseada em fatos e com foco na melhoria do comportamento ou da entrega — nunca na pessoa.”

Quando bem aplicado, o feedback se torna uma conversa de parceria, e não de acusação. Ele cria pontes de aprendizado, fortalece relações e impulsiona resultados.

A técnica S-B-I: Situação, Comportamento e Impacto

Um dos modelos mais eficazes para estruturar o feedback é a técnica S-B-I (Situação – Comportamento – Impacto).
Essa abordagem torna o diálogo claro, objetivo e sem julgamentos pessoais.

Veja o contraste:
“Você é desorganizado e sempre atrasa os relatórios.”
“Notei que os últimos três relatórios (situação) foram entregues após o prazo (comportamento). Isso impactou o cronograma da área em dois dias (impacto). Como podemos organizar sua rotina para garantir os próximos prazos?”

Perceba a diferença?
Enquanto a primeira frase ataca a pessoa e gera defesa, a segunda foca no fato e convida à solução conjunta.
Esse é o verdadeiro espírito do feedback construtivo: conversar para evoluir, não para culpar.

A maturidade de receber feedback

Receber feedback também é uma arte. A tendência natural é reagir defensivamente justificar, se proteger ou rebater. Mas a escuta genuína é o que transforma o momento em aprendizado.

Uma boa prática é responder com curiosidade, não com resistência.
 

Por exemplo:

“Obrigada pelo seu ponto. Para eu entender melhor, você poderia me dar um exemplo da última vez que minha comunicação foi pouco clara?”

O perigo do “muro de silêncio”

Quando líderes e equipes não cultivam uma cultura de feedback, cria-se um fenômeno perigoso: o muro de silêncio.
As pessoas passam a evitar conversas difíceis, esconder problemas e repetir comportamentos que poderiam ser facilmente ajustados.

Os riscos são grandes:

O feedback regular e bem aplicado é, portanto, a manutenção preventiva das relações e da performance. Isso garante que a equipe permaneça alinhada, motivada e em constante aprendizado.

Dicas práticas para aplicar o feedback construtivo

1. Use metodologias estruturadas.
A técnica SBI ou o método “Comece – Pare – Continue” ajudam a organizar o pensamento e a manter o foco no comportamento, não na emoção.

2. Peça ajuda e pratique.
Se você tem dificuldade em receber feedback, escolha alguém de confiança para observar como você reage.
Aprender a ouvir é tão importante quanto aprender a falar.

3. Priorize o momento certo.
Não espere a avaliação anual.
O feedback deve ser imediato e contínuo, para reforçar o positivo e ajustar o negativo no tempo certo.
Agende check-ins quinzenais ou mensais apenas para conversas de desenvolvimento.

4. Termine com um plano de ação.
O feedback não termina com o “você precisa melhorar”.
Pergunte: “O que você fará diferente? Como posso te apoiar nisso?”
O feedback é o começo de uma jornada, não o fim de uma conversa.

Feedback é um ato de cuidado

No fim das contas, o feedback construtivo é um ato de coragem e cuidado.
É dizer ao outro: “Eu acredito em você. E me importo o suficiente para ajudá-lo a crescer.”

Quando isso se torna parte da cultura organizacional, o resultado é visível: equipes mais seguras, líderes mais humanos e relacionamentos mais autênticos.

O feedback deixa de ser uma ferramenta de correção e se torna uma ponte para o desenvolvimento.

Para refletir: